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Vacinação contra a poliomielite no Município está bem abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde

 

Apenas 44% das crianças de 1 a 4 anos foram imunizadas, apesar de a vacina estar disponível em todas as UBSs

 

Os resultados da Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite em Pará de Minas estão bem abaixo do esperado. Apesar de todos os esforços da Secretaria Municipal de Saúde para imunizar as crianças de 1 a 4 anos de idade, a meta determinada pelo Ministério da Saúde, de 95% de vacinação do público-alvo, está longe de ser alcançada. Até a última terça-feira (30), menos de 50% das crianças na faixa etária indicada haviam sido imunizadas. 

De acordo com a responsável pelo Setor de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde, Érica Regina da Silva, a meta de 95% de vacinação do público-alvo corresponde a um total de 4496 crianças. Até o momento, no entanto, apenas 2 mil crianças receberam o imunizante (44%). “A poliomielite (ou paralisia infantil) era uma doença considerada erradicada. Portanto, precisamos nos esforçar para que ela não volte. Os pais ou responsáveis têm de se conscientizar da gravidade dessa doença”, reforça.

A prevenção à pólio, através da vacinação em massa, fez com que a doença não fosse mais vista no cotidiano da população brasileira nos últimos tempos. Porém, o risco de um novo surto ainda existe e, por isso, Érica Regina afirma que a Secretaria Municipal de Saúde está atenta à necessidade de intensificar a vacinação. “A vacina contra a poliomielite está disponível nas 25 UBSs do Município, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 15h30. Na UBS Nossa Senhora da Piedade, o horário é estendido: vai até as 19h. Além disso, fizemos no dia 20 de agosto um Dia D, aplicando doses durante todo o dia, e uma repescagem, no dia 27 de agosto. Infelizmente, em ambos os dias tivemos pouca procura das pessoas”, conta.

Diante da baixa adesão, a responsável pelo Setor de Imunização explica que a Secretaria vem fazendo uma busca ativa dos não vacinados, em creches, hoteizinhos e escolas públicas e particulares. “Queremos chegar a esse índice de 95% preconizado pelo Ministério da Saúde. São apenas duas gotinhas, que podem evitar a pólio e a paralisia infantil, que deixam sequelas graves. O caminho é a prevenção”, finaliza Érica Regina.

O Secretário Municipal de Saúde, Wagner Magesty, lamenta o fato de a adesão à vacinação contra a poliomielite estar bem abaixo do esperado pela pasta. “Em um contexto como o que vivemos recentemente, em que milhões de vidas estão sendo salvas pela vacina contra a Covid-19, é triste ver que muitas pessoas não percebem a importância das vacinas”, diz. 

Wagner Magesty faz um apelo para que os pais não deixem de levar seus filhos a uma unidade de saúde, o mais rápido possível. Para ele, trata-se de um ato de cidadania e responsabilidade. “É um ato simples, que pode fazer a diferença para toda a vida a criança. Não só Pará de Minas precisa vacinar mais, mas o Brasil todo. O Brasil é modelo para o mundo em matéria de vacinação. Não podemos perder esse título”, frisa o Secretário.

O servidor público Markos Moura, conhecido pelo destaque nacional no paraciclismo, teve poliomielite e deu o seu testemunho sobre as sequelas da doença e a importância da vacinação. “Tive paralisia infantil enquanto ainda tinha menos de um ano de idade. É algo penoso, que complica a vida da pessoa. Portanto, se você não levou seu filho para vacinar, tire um tempinho e invista na saúde dele. A cidade tem toda a estrutura para isso, aplicando de maneira gratuita, em diversos locais”, diz.

Markos ressalta que a poliomielite leva à perda de movimentos do corpo, principalmente dos membros inferiores, como ocorreu com ele. Desde então, o servidor público e paraciclista precisa utilizar cadeira de rodas, muletas e uma prótese para se locomover. “No meu caso, perdi os movimentos das duas pernas. Com tratamentos específicos, consegui recuperar parte dos movimentos e da força da perna esquerda, mas da direita infelizmente não”, completa.

Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

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